quinta-feira, 11 de junho de 2009

SARAU DO LABORATÓRIO (VI)

Não me olhes com olhos de ontem. Não será possível nenhuma ponte entre nós. Olhe-me hoje, façamos um vocabulário do sol claro na janela, da noite que passamos solitários e que sustenta esta vontade de olhar.


* * *

Um salto por vez. Nunca o fatal.
Vivo para o preparo de uma refeição que nunca será comungada.
A eucaristia final é terrível, não pode ser praticada.


* * *

Festejar seus mortos: tarefa que só os vivos podem fazer. Morte e vida, nada mais que revoluções internas.


(Três poemas de Angela Castelo Branco, do livro Orações.)

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