quarta-feira, 29 de maio de 2013

Nas ondulações do labirinto



















âncora presa à amarra
corroída pelo tempo
nervos retesos na  âncora
ao limite do peso
nas artérias das águas
zéfiro ondula o  rosto
difícil decodifica-lo

como um poema conciso
na página aberta
num labirinto de palavras
aprisionando o leitor

ou num jogo de
“xadrez chinês”
no tabuleiro
uma linha central de quadrados
divide os dois lados
arma-se o desafio
nas ondulações do labirinto

estratégia e estilo
no jogo de alegorias
disputa pelo
domínio da linguagem

na intersecção das linhas
peça impõe movimento
que não decifro

imperador ou general?
dentro do palácio
prevê o xeque-mate

jogada impossível
general intervém
no quase afogado do jogo

(Poema de Maria Alice de Vasconcelos)
      

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